Procrastinação é o ato de protelar, ou como se diz comumente, de deixar para depois o que se pode fazer agora. É como o vício da compulsão. Seja a compulsão para comer um doce ou fumar um cigarro. Nela você não se controla para começar e nem para parar. No caso da procrastinação há a falta de controle em realizar o que é necessário. Os procrastinadores adoram deixar as coisas de lado, esperam para o último segundo e depois se odeiam por não conseguir fazer a tempo. Todo mundo tem um pouco disso, vez ou outra nos pegamos assim. O problema é quando não temos controle e fazemos isso sempre. O procrastinador costuma se culpar sempre e vive na amargura de não ter feito o que devia. Ele sempre acha que tem alguma coisa errada consigo, ou que ninguém gosta dele. E lógico que isso traz conseqüências negativas. Uma delas é que pode acabar com a auto-estima. Se você durante a infância tinha o hábito de procrastinar, fosse para fazer a tarefa de casa, fosse para arrumar o quarto, é possível que alguém tenha chamado você de preguiçoso. E isso pode ter enormes conseqüências negativas para a vida adulta. No fundo, a raiz do problema é sempre o medo. Pode ser o medo do fracasso, quando protelamos por medo de errar e de ser chamado de burro. Pode ser o medo do julgamento dos outros, quando zelamos para que tudo saia perfeito para ninguém criticar. Uma vez que isso é quase impossível, então é melhor nem fazer. Outro medo a considerar, também, é o medo do sucesso. Pode parecer sem nexo, mas nosso inconsciente pode achar melhor não fazer a tarefa por medo de ser bem sucedido. Existe o medo da autoridade, quando evitamos cumprir nossos deveres do dia a dia porque no inconsciente pode estar gravado a imagem do pai ou do professor apontando-nos o dedo. E, por fim, o medo do futuro, do que pode acontecer se completarmos essa tarefa. Se terminarmos com isso, teremos que encarar aquilo, e isso não queremos. Procrastinação é apenas a ponta do iceberg. É um sinal de algum medo escondido em nossa vida. É algo sério e por isso não podemos ser taxados de simples preguiçosos. Não é uma simples falta de força de vontade ou disciplina. Com a EFT podemos tratar o caso de uma maneira branda, indo aos poucos nas emoções por detrás do problema e aos poucos criando hábitos mais fortes para fazer sempre o que precisa ser feito.   Vamos à prática? Primeiro identifique algo de importância que você vem protelando para fazer. Escolha um que seja bem específico e de importância, e que você sente que precisa ser feito, mas que sempre deixa para depois. Tente medir o grau de importância que essa procrastinação tem em você. Depois, comece a bater no ponto do caratê e repetir as seguintes frases: Ponto do caratê: Mesmo que eu esteja protelando e deixando isso para depois, eu me aceito profundamente. Mesmo que sempre quando eu me apronto para fazer essa tarefa, sempre aparece algo mais interessante para fazer primeiro. Ainda assim, eu me aceito como eu sou e escolho ficar sempre ciente desse fato. Mesmo que eu fique irritado(a) comigo por não conseguir fazer isso e ao mesmo tempo sei que alguma força me impede de fazer, eu escolho me aceitar como eu sou de qualquer forma. Agora, comece as rodadas nos diferentes pontos: Sobrancelha: eu não consigo começar essa tarefa. Lado do olho: sempre aparece alguma coisa na frente para eu fazer. Embaixo do olho: às vezes eu nem percebo que isso é procrastinação. Embaixo do nariz: eu tenho que fazer isso. Queixo: isso me frustra. Clavícula: eu deveria ser mais forte, ter mais disciplina e força de vontade. Embaixo do braço: por que eu não consigo? Topo da cabeça: fico tão frustrado(a) e com raiva de mim. Sobrancelha: sempre encontro alguma outra coisa para fazer. Lado do olho: sempre uma desculpa qualquer. Embaixo do olho: é melhor deixar para amanhã. Embaixo do nariz: eu agora não sinto vontade. Queixo: deixa eu ver o que precisa ser feito primeiro. Clavícula: além do mais, isso pode esperar. Embaixo do braço: eu sempre trabalho melhor sob pressão. Topo da cabeça: vou deixar para a última hora. Depois dessa rodada, quando você se conscientizou da armadilha que você mesmo montou, vamos fazer uma rodada para alertá-lo(a) sempre quando você está procrastinando e assim poder reconhecer outra saída. Ponto do caratê: Mesmo que eu sempre arrume uma desculpa para fazer outra coisa, eu escolho ficar atento e ver sempre quando estou me distraindo. Mesmo que sempre quando vou começar a fazer o que eu tenho que fazer eu me distraio e começo a fazer outras coisas, eu escolho ter a força para dizer não e fazer o que tem que ser feito. Mesmo que eu me ache um procrastinador, eu escolho ficar mais atento(a) em notar quando eu começo a protelar e trazer minha atenção de volta ao que tenho que fazer. E agora, a rodada: Sobrancelha: escolho ficar atento(a) sempre quando minha mente desvia do que tenho que fazer. Lado do olho: vou ficar mais atento(a) sempre quando minha mente vagueia. Embaixo do olho: e quando eu encontro desculpas para não fazer o que eu tenho que fazer. Embaixo do nariz: devo então me perguntar realmente o que é mais prioritário. Queixo: e aí voltar minha atenção para o que tenho que fazer. Clavícula: pois eu gosto do que tenho que fazer. Embaixo do braço: eu me sinto bem quando tenho o dever cumprido. Topo da cabeça: e assim acabar com esse vício da procrastinação. A motivação pode vir do ato de começar o trabalho. Uma vez que o começamos, nos lembramos de como gostamos de fazer e assim continuamos com o trabalho. Nosso comportamento é moldado por nossos atos, muito mais do que por nossos pensamentos. Podemos usar o exemplo acima para acabar com nosso hábito de protelar. Mude as frases de acordo como se sentir mais identificado.
Deixe uma Resposta

Your email address will not be published.Required fields are marked *